sexta-feira, 4 de novembro de 2011

UM ITALIANO À DISTÂNCIA... (by Arthur Duarte)


A Cantina
  

Caponata de Beringela
com pão italiano
"Bem, amigos", como diria Galvão Bueno! Mais um post da nossa Confraria, para aqueles que gostam de apreciar um bom prato de comida. Então, ontem, a experiência da noite foi a cozinha italiana. O confrade Rafael nos levou num restaurante italiano chamado Cantina do Toco, aberto em 1999, e que fica localizado bem no final do bairro de Ipanema (zona sul de Porto Alegre), e, considerando que todos moram na zona norte, posso dizer que era longe pra burro.
O lugar é bem simples, mas aconchegante, indicação de um amigo nosso, o Fernando, que nos brindou com a sua presença.
Lá, eles fazem uma cerveja artesanal chamada Terapia, apresentada na versão fraca e forte. Com as blitz que andam ocorrendo na cidade, não dá pra facilitar, mas é uma pena não poder beber a vontade.
Como entrada, foi servida uma caponata de beringela, com pedaços de pão italiano e um pote com um tablete de manteiga. A caponata estava muito boa, e provavelmente fica em conserva de vinho tinto caseiro, devido à coloração e ao sabor característico.

Batata Gratinada
Como prato principal do jantar, escolhemos no cardápio o filé à parmegiana, que vem acompanhado de arroz e batatas cortadas em fatias e gratinadas com cobertura de provolone. De tudo, a batata me ganhou. E foi unânime, apesar do filé estar muito saboroso. O molho vermelho também estava bom, mas poderia estar  mais equilibrado, talvez um pouquinho de açucar fosse a solução para deixá-lo perfeito.
Nosso confrade Rafael
Pedimos também uma massa (penne ao molho de queijo), que não estava tão boa, tanto que nem me empolguei pra tirar foto. Não sei, o molho me pareceu meio insonso, talvez por ter sido feito com muito molho branco e pouco queijo. E o prato poderia ter sido mais gratinado. De uma próxima vez, pediria outro tipo de pasta. Essa não me agradou, conclusão essa a que todos chegamos!
Limão Caramelado
com Sorvete de Creme
Bom, por fim, experimentamos duas sobremesas: um tradicional tiramissú (o mascarpone que "deveria" ser utilizado, nem chegou perto do doce) e uma outra denominada limão caramelado com sorvete de creme, uma composição de casca de limão em conserva, que formava uma espécie de cesto, na qual foi acrescentada uma bola de sorvete e, por cima, uma calda cítrica caramelada. Essa sobremesa, pela inovação e confronte de sabores (amargo, doce e cítrico), foi o diferencial do jantar.
Conclusão da noite: os pratos estavam bons, mas, definitivamente, o lugar peca pelo modo como os apresenta. Não faria mal para o cozinheiro do lugar dar uma lida naquele livro que comprei recentemente, indicação do confrade Felipe ("Segredos da Apresentação de Pratos", da editora Marco Zero).






segunda-feira, 17 de outubro de 2011

UMA VISITA À ESPANHA (by Arthur Duarte)

Ontem à noite fomos brindados pelo confrade Shen, em sua residência, com pratos típicos da culinária espanhola. Esse tipo de cozinha é parte da culinária mediterrânea, apresentando, todavia, características próprias, em que se utiliza muito o azeite de oliva, especiarias variadas e vegetais em abundância, além de embutidos dos mais variados.
Nosso confrade Felipe


Como bebida, o vinho é muito apreciado, e em outra variação, a famosa sangria, com o que fomos brindados antes e durante o jantar. A sangria é feita à base de vinho (normalmente tinto), o sumo de fruta, pedaços de frutas e açúcar, podendo-se acrescentar alguma erva aromática, e ainda um pouco de aguardente. A laranja foi a fruta utilizada para a confecção da sangria que nos foi servida durante a noite, além de muito gelo e folhas de hortelã, para deixar a bebida bem refrescante.

Antes da apresentação dos pratos, brindamos com Jagermeister, para abrir o apetite.

E o festival de tapas teve início, sendo apresentados os seguintes pratos:
1) bruschetta com pêssego, queijo brie e mel;
2) batatas bravas, que são batatas fritas com molho de tomate acrescido de gotas de tabasco;
3) presunto cru, copa, melão;
4) carpaccio de polvo, com páprica, funcho e azeite, prato típico da cozinha galega;
5) a bruschetta clássica: pão, tomate sem pele e sem sementes, com azeite de oliva;
6) bruschetta com muçarela de búfala, tomate e manjericão; (sim, a forma correta de escrever muçarela é assim mesmo, antes que algum desavisado queira aparecer e dizer que eu errei!)
7) brie com nozes;
8) muçarela de búfula normal;
9) burrata: muçarela de búfula levemente salgada;

Hamburger com perfume de cordeiro

10) salada com folhas variadas (dentre elas a folha de beterraba), alcaparras, feijão branco e cebola roxa;
11) azeitona picante.

Já estávamos satisfeitos quando foi anunciada a chegada de mais um prato: hamburger com perfume de cordeiro (obtido a partir de uma pasta de cordeiro), pimenta dedo de moça picada finamente e misturada à carne, molho de maracujá e hortelã. A combinação do sabor da carne com a refrescância sutil da hortelã e a presença marcante do maracujá mostrou-se perfeita!

Também foi apresentado um purê de mandioquinha com raspas de gran padano, e depois palitos de cordeiro (carré), e, em separado, molho de maracujá e geléia de menta.

Por fim, a sobremesa foi servida em duas etapas: sorvete de creme com whisky e creme de cassis com catuaba.

Posso dizer que só faltou o cafezinho, pra encerrar, mas não sei nem se cabia mais alguma coisa.
Parabéns, Felipe, uma apresentação de causar inveja... e sono! Que o diga nosso confrade Patrão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

APIMENTADA CORÉIA (by Arthur Duarte)

Na noite de ontem, tivemos uma experiência privilegiada. O confrade Chang brindou-nos com a autêntica (e apimentada) cozinha coreana. Tudo estava perfeito, sabores diferentes e comidas marcantes, na entrada e na saída, além de uma fartura de bebidas, desde a exótica cachaça coreana (um pouco mais suave do que o conhecido saquê), passando pela vodka, vinho, whisky e três tipos de cervejas artesanais. 
De entrada, foi apresentada uma tábua com dois tipos de queijos (um salgado e outro cremoso), pães, além de uma linguiça picante feita especialmente para o evento pelo confrade Chang.
Depois de pronta a comida, resolvemos nos sentar para apreciarmos as especiarias, onde recebemos uma breve aula do confrade sobre a culinária coreana e a realização de cada prato. Houve o destaque para o arroz especial com diversos grãos, e para o Kimchi, alimentos que devem estar presentes em todas as refeições. Mas, evidentemente, esse tipo de culinária não se limita a isso, já que pudemos observar que estão presentes sabores dos mais variados, doces, salgados, amargos, pratos quentes e frios. Cabe uma referência: o Kimchi é o prato mais cotidiano da Coréia, e para o nosso evento ele foi preparado com legumes como couve chinesa, pimentão, alho, folhas, pasta de pimenta (é a ideia do chucrute, onde há a eliminação dos gases, mas muito mais temperado, pelo que se pode observar). Historicamente, essa conserva era preparada no inverno, para ajudar as famílias a enfrentar o frio, e dizem que é tão imprescindível nas refeições que até no café da manhã ele pode ser visto nas mesas coreanas.
Para apimentar mais a noite, diversos molhos, com temperos dos mais variados, completavam a experiência gastronômica da noite.
Vamos lá! Como tempero e complemento das fatias de barriga de porco (que foi cozida no vinho, com shoyo, gengibre e alho), foram apresentados alguns molhos. O primeiro deles era de camarão, com pimenta, cebolinha, alho, semente de gergelim. Imperdível! É esse aqui da foto ao lado.
Outro que foi servido foi um molho de folha de gergelim em conserva de molho shoyo, cebolinha, alho, pimentinha e cebola.
Barriga de Porco
Gochu Jan e Takuan
Kimchi
Cubos de Picanha de Porco
com Peras Caramelizadas
 Além disso, foi também apresentado um molho à base de Gochu Jan (lê-se "gotiujan"), vinagre, açucar para diminuir a acidez e alho esmagado para acentuar o sabor.
Como guarnição o nabo em conserva japonês levemente adocicado (Takuan), muito bom, e um alívio diante de tanta pimenta!
Além disso, foram servidos cubos de picanha de porco com molho Gochu Jan e peras caramelizadas, estas sendo utilizadas para diminuir a picância do prato.
E, para finalizar, uma massa com um molho escuro, com pedaços de carne cortadas ao método brunoise, bastante encorpado e com uma apresentação espetacular. 
De sobremesa, o convidado de honra (Renato), trouxe cup cakes produzidos pela empresa Um Sonho de Cup Cake (umsonhodecupcake@hotmail.com ou fone: 51.33882253). Fantásticos!!!
De mais a mais, repetimos um encontro cheio de boa comida, farta bebida, muitas risadas e histórias pra contar, além dos novos sabores experimentados.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

LE MONDE VILLA LINA (by Arthur Duarte)

Ontem à noite fui no Restaurante Le Monde Villa Lina, cuja cozinha é comandada pelo chef Floriano Spiess. A noite estava fria, ótima para um jantar acompanhado de um bom vinho. Infelizmente, como estava tomando antibióticos, minha refeição foi acompanhada de um bom copo d'água. Ao menos o paladar foi dedicado exclusivamente para os sabores dos pratos servidos cuidadosamente, acompanhados sempre de uma bela explicação.
Iniciamos com um creme de baroa, seguido de um panaché de entradinhas: camarão crocante na geléia de pimenta doce, ostra gratinada ao molho champagne camembert, vieira salteada na manteiga de alho e limão, rã à provençal sobre aioli, siri baiano com guacamole. Tudo perfeito até aqui!
Depois fomos para a lasanha crocante de haddock espelhada em azeite de ervas, páprica e tarê com caviar de azeitona. Estou falando desse aqui ao lado esquerdo. Fiquei impressionado com a apresentação, e para o meu gosto, o melhor da noite!
Como última entrada, foi servida bodin de camarão ao molho beurre blanc sobre um colchão de julienne de alho poró. Este, confesso, me ganhou pela originalidade (uma espécie de salsicha de camarão, com um leve toque de porco). Acreditem, fica demais!
Vamos aos pratos principais... começamos com anchova negra recheada com banada em crosta de panko ao molho noisette. Meu paladar não se mostrou tão empolgado! Mas vamos ao próximo!!!
Na sequência, um filé oriental, devidamente temperado com um molho levemente adocicado, sobre uma pedra de seicho... Cuidado, a pedra é super aquecida, e não deve ser ingerida, para os incaltos que comem de tudo como eu, inclusive pedra!!! 
Após, fomos brindados com um pato confitado ao molho de tucupi com laranja sobre cuscus com tâmaras e damascos com crocante de amêndoas. Perfeito!
Como quarto prato principal, um ravioli de foie gras na manteiga noisette com gelatina de sauternes. A manteiga noisette com a gelatina foi uma novidade interessante, mas não gostei do ravioli que vinha entre duas lâminas de beterrabas. Confesso que achei meio enjoativo.
Por último, um ovo molecular crostado com gruyère e azeite trufado, reconhecido como o carro-chefe da casa. Pela explicação do chef, extremamente delicado e difícil de fazer, a gema é submetida a uma temperatura altíssima, e depois resfriada rapidamente com nitrogênio, mantendo a sua consistência firme, selado com uma espécie de alga (ágar ágar). Quando cortamos, a gema escorre pelo prato. Muito show, o queijo dá um toque especial, mas o gosto do ovo fica diferente! Ou talvez seja dessa alga, sei lá, o fato é que não é um pão com ovo simplesmente, caso algum ignorante venha a concluir dessa forma. Mas gosto é gosto, e eu adorei!
Como sobremesa, uma panacota com coulis de frutas vermelhas (uma espécie de cassata com molho de frutas vermelhas), um copinho (martelinho) de baba de moça coberto com chocolate meio amargo e sorvete de pistache com farofinha de especiarias.
O preço do menu degustação: 180 reais por pessoa. Caro, mas vale cada centavo, pra quem gosta da experiência de conhecer comidas e temperos diferentes! Só uma coisa: não voltarei lá para comer o mesmo menu. Repetiria, é claro, se todos os pratos tivessem sido impecáveis, o que eu até esperava, considerando o preço, mas não dá pra agradar em tudo, né!
Confiram: http://lemonde.villalina.com.br/#Home

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O INÍCIO (by Arthur Duarte)

A Confraria Don Juan foi criada para que amigos, apreciadores da boa cozinha, pudessem experimentar suas habilidades gastronômicas, e, mais do que isso, tivessem a oportunidade de descobrir novas técnicas e sabores.

Este blog surge agora, depois do quarto encontro, e que parece finalmente ter dado certo, considerando os tropeços dos últimos dois. Num faltou comida e no outro houve um pequeno incêndio.

Então, vamos ao relato dos pratos servidos no jantar de domingo (14/08/2011):

Como entrada, foi servida a Bagna Cauda (Molho quente em piemontês), que é um prato típico da culinária do Piemonte. É feito com alho, azeite de oliva, creme de leite fresco, manteiga e anchovas, variando as proporções de acordo com a região e o gosto pessoal.
O prato é servido no fojòt: coloca-se o molho e as pessoas vão banhando filetes de cenoura, pimentão, couve, aipo, dentre outros.
O costume do fojòt não é tão antigo e tem sua origem no gosto mais refinado da cidade. Na tradição popular da zona rural alpina a bagna càuda era servida em um único prato colocado no centro da mesa e era comida de modo comunitário. A maneira atual de se comer a bagna càuda é derivado do fondue, que se servia em um fojòt.
Como prato principal foi servida uma lasanha de carne de panela, com destaque para a massa, preparada à mão, molho branco e carne (alcatra) desfiada, acrescida às camadas sobrepostas com queijo mussarela.
Como sobremesa, houve a preparação de um doce árabe que, no momento, não se mostra recomendável a explicação, considerando que não foi do agrado de ninguém, e, por essa razão, sua receita DEVE ser guardada em segredo com o confrade Guilherme.