sexta-feira, 26 de agosto de 2011

LE MONDE VILLA LINA (by Arthur Duarte)

Ontem à noite fui no Restaurante Le Monde Villa Lina, cuja cozinha é comandada pelo chef Floriano Spiess. A noite estava fria, ótima para um jantar acompanhado de um bom vinho. Infelizmente, como estava tomando antibióticos, minha refeição foi acompanhada de um bom copo d'água. Ao menos o paladar foi dedicado exclusivamente para os sabores dos pratos servidos cuidadosamente, acompanhados sempre de uma bela explicação.
Iniciamos com um creme de baroa, seguido de um panaché de entradinhas: camarão crocante na geléia de pimenta doce, ostra gratinada ao molho champagne camembert, vieira salteada na manteiga de alho e limão, rã à provençal sobre aioli, siri baiano com guacamole. Tudo perfeito até aqui!
Depois fomos para a lasanha crocante de haddock espelhada em azeite de ervas, páprica e tarê com caviar de azeitona. Estou falando desse aqui ao lado esquerdo. Fiquei impressionado com a apresentação, e para o meu gosto, o melhor da noite!
Como última entrada, foi servida bodin de camarão ao molho beurre blanc sobre um colchão de julienne de alho poró. Este, confesso, me ganhou pela originalidade (uma espécie de salsicha de camarão, com um leve toque de porco). Acreditem, fica demais!
Vamos aos pratos principais... começamos com anchova negra recheada com banada em crosta de panko ao molho noisette. Meu paladar não se mostrou tão empolgado! Mas vamos ao próximo!!!
Na sequência, um filé oriental, devidamente temperado com um molho levemente adocicado, sobre uma pedra de seicho... Cuidado, a pedra é super aquecida, e não deve ser ingerida, para os incaltos que comem de tudo como eu, inclusive pedra!!! 
Após, fomos brindados com um pato confitado ao molho de tucupi com laranja sobre cuscus com tâmaras e damascos com crocante de amêndoas. Perfeito!
Como quarto prato principal, um ravioli de foie gras na manteiga noisette com gelatina de sauternes. A manteiga noisette com a gelatina foi uma novidade interessante, mas não gostei do ravioli que vinha entre duas lâminas de beterrabas. Confesso que achei meio enjoativo.
Por último, um ovo molecular crostado com gruyère e azeite trufado, reconhecido como o carro-chefe da casa. Pela explicação do chef, extremamente delicado e difícil de fazer, a gema é submetida a uma temperatura altíssima, e depois resfriada rapidamente com nitrogênio, mantendo a sua consistência firme, selado com uma espécie de alga (ágar ágar). Quando cortamos, a gema escorre pelo prato. Muito show, o queijo dá um toque especial, mas o gosto do ovo fica diferente! Ou talvez seja dessa alga, sei lá, o fato é que não é um pão com ovo simplesmente, caso algum ignorante venha a concluir dessa forma. Mas gosto é gosto, e eu adorei!
Como sobremesa, uma panacota com coulis de frutas vermelhas (uma espécie de cassata com molho de frutas vermelhas), um copinho (martelinho) de baba de moça coberto com chocolate meio amargo e sorvete de pistache com farofinha de especiarias.
O preço do menu degustação: 180 reais por pessoa. Caro, mas vale cada centavo, pra quem gosta da experiência de conhecer comidas e temperos diferentes! Só uma coisa: não voltarei lá para comer o mesmo menu. Repetiria, é claro, se todos os pratos tivessem sido impecáveis, o que eu até esperava, considerando o preço, mas não dá pra agradar em tudo, né!
Confiram: http://lemonde.villalina.com.br/#Home

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